quarta-feira, 22 de setembro de 2010

a dança da matéria na progressão

Seguem na esteira do tema de auto-avaliações, algumas "considerações" explicitamente tocantes à ordem da disposição, nas enredadas orientações nossas de cada dia, ou mesmo curso, para alguma "operação resgate" que se faz necessária: do conceito de "um" aluno, ou até mesmo do de professor, pois nessa "novidade" a linguagem se cunha em plena utilização dos recursos - "operativos", avaliativos e reflexivos.

Boas intenções são otimais motivos vencendo "efeitos de loteria" (reacomodação de ânimos voltando ao padrão costumeiro, após algumas enormes alegrias facultadas pela sorte amiga) e vicissitudes, mas começamos simplesmente sendo "objetivos" diante dos outros, ou do rasteiro pessimismo. Seguimos estabelecendo balanços equilibrados por argumentações consequentes de um Juízo que dança conforme as (suas? Nossas? deles?) Idéias, as prosas e as práticas, frequentando, convivendo.

Bolar planos de estudos enseja um plano de apostas, além da dimensão dos exercícios de leitura historicista e pedagógica das idéias em movimento pelas Escolas. Um pouco a exemplo de avaliações: implicando projetos e níveis de satisfação. Mas há testes com os quais não brincamos, como existem drogas que não "transamos", e formas de bulir ou provocar, escolher e investir nos trabalhos enquanto expressões de projeto(s), estudantis ou existenciais. Algumas formalidades são corretamente tomadas como boas maneiras de promover interesses ao longo do tempo e também de tempos em tempos ("Talento é esforço", como ensina o rebelde escritor Ferrez).

As formalidades escolares disciplinam as aplicações do juízo em projetos costumando visar a emancipação e autonomias dos sujeitos históricos, ao menos em teses - pois minha própria autonomia pelo trabalho requer atualizações diversas, inclusive de etiqueta enquanto linguagem de hábitos e costumes, regularizando um padrão desejável, uma disposição de saúde moral.

Projetar estudos envolve um delineamento de campos ou "Fronteiras do Pensamento", um mapeamento de idéias, uma cartografia dos conceitos ou "conceitografia", ou leques temáticos a serem desdobrados, ou mesmo preenchidos, no decorrer das atividades, relação de tópicos para o tema da matéria, a cada vez consideráveis, num mutirão e num conjunto de conhecimentos podendo ser alarmante frente ao que há de bom, ou havia, à falha e às fantasias de uns quantos como poetas e filósofos, avatares, guardiões da morado do quanto há de Ser aí mesmo no mundo, de Pensamento, da Linguagem (arrumando-se e povoando mentalidades da Cultura, do vivente concebível ou imaginável, razoável). Aliás, sendo "idéias em ação" o pensamento (conforme Ortega y Gasset), sempre se pode perguntar das idéias que mobiliza, das suas suas linhagens ou correntes, do seu, por assim dizer, código genético e, naturalmente, da sua racionalidade, no seu raciocínio. Ou conjunto de motivos, uma razão para a expressão, a argumentação, a corrente de oponiões em tão altas voltagens da palavra como as da escrita ou do ensinar (como me observava um poeta, Fabrício Carpinejar, num dia de vestibular) imprimindo noção de conhecimentos sem eletrocutar o vivente que encara suas responsabilidades, topa ponderar ou mesmo puxar reflexão - a bota de sete léguas ou o vôo da consciência através de pistas, pedaços de bons caminhos, considerações ao que já foi pensado (mesmo quando a bem duras penas). Consequentemente curtir tamanhas sapiências e sabedorias também é filosofar. Perguntar-se pelas idéias é remontar argumentativamente às formas de pensar incluindo suas fontes históricas, suas bibliografias compostas, algum currículo de letramento na matéria, pois é sabido que existe um mundaréu de "idéias" e que esse negócio Todo acaba sendo invenção de gênios socráticos e platônicos, mas que só funciona querendo e podendo entender, estudando, construindo o saber, exercendo princípios e exercitando, tais e quais, as tais idéias. A tabela de listagem de conteúdos que ajudaria a pensar atividades, junto com a (Orientação (de atitudes) e) Supervisão Escolar(es), serve primariamente como catálogo de possibilidades e recursos exemplificando como o professor pode ser "comprometido", mas pelo(s) próprio(s) estudante(s) participativo(s) ou parceiro contribuindo na atualização dos próprios potenciais pela realização de planos batalhados em classe, curriculares, e de estudos. Se por força de enfrentamentos, triagens e composições ficamos um pouco (ou notavelmente) mais despertos, receitamos, sem esquecer das dificuldades, pelo contrário, buscando alertar, inclusive para as compensações das armadilhas de uma história "escrita pelos vencedores", por exemplo.

Mesmo em meio a uma floresta hostil de símbolos é viável o cultivo de alguns ou a descoberta de plantações, de grandes hortas nutritivas com a qual se deliciam alguns trabalhadores batalhando pelos estudos os seus próprios caminhos equipados, agrupados, coletivos e atitudinais, crescendo e nutrindo idéias desde antes mesmo do próprio e emocionante café da manhã.

Professores e vozes-guia literárias são importantíssimos, e costumarão andar juntos dando notícias de outras expedições, "a quem interessar possa", por exemplo. Quanto mais conhecem, mais notam tudo o que lhes faltaria saber: não é uma "frase de efeito" (retórico), mas uma constatação tranquila de um professor inquieto e ainda ignorante de muitas formas de associação e articulação de idéias didáticas, por exemplo, mas tratando de gerir uma espécie de cidadela do letramento, uma projeção arquitetônica no lastro do conhecimento, uma habilidade especulativa entre/nas retrospectivas formais, uma coerência em plena pluralidade. Não queremos cometer os mesmos erros, cair nos mesmos buracos, nem pensar o conhecimento como um queijo suíço, cheio de "buracos" (Paul Feyerabend?), ou lidar com um mesmo esquema, multiplicado em todas as escalas, confundindo com um "princípio do holograma" (o do oceano notável na gota). Avisamos aos navegantes: acostumem-se a pesquisar os colegas, com os colegas e para um coleguismo e a solidariedade, atualizando e nutrindo correntes de opinião, informações e articulações, idéias e práticas, entes queridos e materiais, familiares e notas, que o professor seguirá esforçando-se para corresponder às justas expectativas de fechar balanços regularmente e propor ações investigativas, pistas, rotinas e montagens de idéias em linhas de pensamento ou raios luminosos com que se tricotam currículos, estabelecem conversas e leituras, tecem juízos e retomam lições.

Post-Scriptum: Tenho, ou estou com, problemas sérios, e problemas graves, como muitos, mas tão específicos quanto os de qualquer um, e não raro construídos como piada, farsa, ou no mínimo ironia: do que mais posso ficar sabendo? Quer dizer, existe uma estrutura da comédia, do risível, que pode ser ótima, e cujo profissional "clássico" é o palhaço, um trabalhador com quem eu ficaria muito honrado de ser identificado, e que é de fato medicinal (como se pode apreciar até mesmo através de filmes, como "Doutores da Alegria" (2005) e "Pach Adams O Amor é Contagioso" (1998)) não fossem pelos prejuízos nas condições "ambientais"-sociais de inteirarmo-nos das coisas, pelas quais eventualmente também sou capaz de me sentir enlutado, ou pior, preso num ciclo vicioso, posto que deveríamos estar no mínimo mais "por dentro" dos planos bem intencionados de colegas e precursores, e/ou possuir um discurso/instrumental didaticamente correto e expressivo. Não que estejamos todos no mesmo barco ou simulador de vôo testando os tipos plausíveis de pane, mas naquele sistema vivo do planeta, com umas partes comendo outras em plena luz do dia, umas destruindo outras, num mundaréu da ilusão, só para sentir que "abafou geral"; modelando formas de vida através de dinâmicas viróticas entre outras, educativas e escolares, sociais e eventualmente profissionalizantes - ao menos com menos gírias ou aspas (mas, afinal, em que termos nos ligamos analítica, formal e/ou efetivamente? em nome de algum senso crítico, em nosso caso, realmente).

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